Cientistas descobrem caminho para tratar a depress
17/01/2021
Cientistas descobrem caminho para tratar a depresso de maneira mais rpida
Famlia reunida, presentes, crianas correndo pela casa. Para quem sofre de depresso, todas essas coisas podem no ser suficientes para garantir o bem estar psquico. Sempre existe aquela sensao de algo ainda no est bem. A boa notcia para quem sofre da doena que cientistas deram mais um o para desvendar as causas que pode levar a um caminho mais rpido de tratamento.
O grupo ligado Universidade de So Paulo (USP) aponta que quase metade dos pacientes no respondem bem aos medicamentos disponveis ou ao tempo que as opes disponveis nas prateleiras das farmcias comeam a fazer efeito (o que pode levar de trs a cinco semanas). Alm disso, h ainda condies adversas, como sonolncia.
A ideia da pesquisa foi usar substncias que controlam a ativao e o desligamento dos genes para tentar “apagar” da memria corporal as consequncias do estresse e as marcas induzidas por ele no organismo.
Situaes estressantes so consideradas um fator-chave no desencadeamento de processos depressivos, j que eles provocam alteraes genticas que afetam a capacidade do crebro de se modificar em relao s adversidades, conforme diz o estudo.
Em resumo: a depresso uma doena desencadeada por um processo qumico no corpo humano. H tempos no restam dvidas de que no se trata de um problema de ordem espiritual. Esses pacientes tm um aumento da adio de radicais de uma substncia chamada metila que condensa a cromatina. A maioria dos remdios usados age nesse processo.
O estudo em questo foi coordenado pela professora Smia Regiane Loureno Joca, ligada ao Departamento de Cincias Biomoleculares da Faculdade de Cincias Farmacuticas de Ribeiro Preto (FCFRP-USP), e Universidade de Aarhus, na Dinamarca.
Ela, junto com uma equipe, investigou a ao de uma protena do sistema nervoso chamada BNDF, cujas quantidades so reduzidas tambm como efeito do estresse no organismo.
As drogas convencionais demoram para funcionar porque leva tempo para eliminar as alteraes provocadas pelo estresse. Os cientistas acreditavam que ao fazer uma modulao direta desses mecanismos, o efeito apareceria rapidamente. E foi exatamente isso o que observaram.
Foram utilizadas duas drogas na pesquisa. Uma delas usada para tratamento de cncer e outra que ainda operada em carter experimental. Os efeitos na depresso foram positivos, mas o grupo ressalta que ambas as substncias ainda tm efeitos adversos intensos. O que o estudo trouxe foi um caminho interessante para que futuros estudos possam analisar e controlar essas reaes, dando origem a medicamentos ainda mais eficazes e rpidos.
Por essas razes, o estudo foi realizado em ratos expostos a situaes estressantes inescapveis. Depois, eles foram colocados diante da possibilidade de ar novamente por essa experincia ou tentar uma alternativa que a evitasse.
Algo parecido acontece nas pessoas depressivas. aquela sensao de impotncia, que nada se pode fazer para melhorar a situao. Os animais tratados com antidepressivos voltaram ao normal, mas somente aps certo tempo.
O estudo tem apoio da Fundao de Amparo Pesquisa de So Paulo (Fapesp). O artigo foi publicado na revista Molecular Neurobiology
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